São Paulo – O ex-ministro da Fazenda e professor da FGV Luis Carlos Bresser-Pereira vê duas lições que poderiam ser aprendidas pelo Brasil com a crise da zona do euro. Para o professor, os países não deveriam se endividar em moeda estrangeira e precisariam ter um bom número de bancos públicos.
Protecionismo
Bresser defendeu as medidas protecionistas recentemente anunciadas, como o acordo para os carros mexicanos. “O Brasil não é protecionista, é ‘desprotecionista’”, afirmou.
Para o professor, o país tenta compensar alguns setores com pequenas medidas. “A desproteção causa uma taxa de câmbio absurda, o que protegeria seria a taxa adequada”, afirmou. Para Bresser, a taxa de câmbio que faria o Brasil voltar a crescer seria 2,30/ 2,40.
“Houve um momento no governo Lula que se imaginou que o Brasil havia voltado ao desenvolvimento, mas ele não resolveu o par ‘câmbio apreciado-juros altos’”, afirmou. A grande novidade do governo Dilma foi baixar os juros, segundo o professor, ainda assim, menos do que o esperado.
Bresser participou hoje do workshop “Financial Stability and Growth”, organizado pela FGV.
Beatriz Olivon, de exame.com