sexta-feira, 25 de março de 2011

A ideologia fúnebre do Renascimento

#O prenúncio do adeus ao mundo medieval. Ao ambiente agrário, absurdamente teocrático e mediocremente fundiário. Os alicerces do mundo contemporâneo, cravados em pleno século XV. Expansão comercial, marítima, nacional e mental. Nascimento de uma consciência social mais laica e de uma postura que se volta para o cultivo da própria individualidade.

No entendimento de Gusdorf:

"Nunca a cidade dos homens se quiz tão exatamente idêntica à Cidade de Deus, que lhe serve de protótipo escatológico, bloqueando nela o passado, o presente e o futuro."

Substituição gradativa do "saber" especulativo por um conhecimento mais pragmático. Retomada de princípios fundamentais da cultura greco-romana e valorização do pensamento, da arte e da erudição.

O Renascimento figura como a morte e a vida de um mesmo "corpo social. A nítida representação de um quadro pintado com discórdia política e religiosa, sem falar nas guerras e perseguições, marcas de uma conjuntura histórica turbulenta; traços de um mundo agonizante.

Para Le Goff:

"... ainda que esses sábios tenham tido essas intuições notáveis, elas permaneceram estéreis por longo tempo. Antes de se tornarem fecundas, esbarravam nos pontos de estrangulamento da ciência medieval: a ausência de um simbolismo científico capaz de traduzir em fórmulas claras e suscetíveis de aplicações extensas e fáceis os princípios de sua ciência, o atraso das técnicas, incapazes de tirar partido das descobertas teóricas, a tirania da Teologia, que impedia os 'artistas' de disporem de noções científicas claras."

A efervescência de uma mentalidade permeada por morte. Mentalidade essa que favorece e necessita de elementos criadores que conduzem, de modo peculiar, à desconstrução de todos os valores e símbolos de uma sociedade, agora, em ruínas.

O mundo do juízo final de Michelangelo e da Divina Comédia de Dante Alighieri. Instabilidade, insegurança, vazio, medo e reconstrução.

sábado, 19 de março de 2011

Marx e o cotidiano

"Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses limites." - Karl Marx

É o sistema. Gerado na consciência da propriedade privada. Ele é social, político e econômico. Afeta o comportamento, a cultura e fabrica ideologias em larga escala. Ideologias que estão a serviço de uma mentalidade, que tem como motor a exploração; cujo objetivo é a acumulação do capital.

Um pouco de alienação, um pouco de fetichismo e mais um bocado de competição, individualismo e consumismo. Está tudo pronto!

Na TV, nas redes sociais, no esporte, na religião, na educação, na política... A ideia é a mesma: lucro. Convergindo elementos nessa superestrutura a sociedade vislumbra o progresso, no entanto vive imersa no caos. Cotidiano capitalista. Mundo cão! Onde os sonhos morrem mesmo antes de nascer.

- Vai uma revolução aí?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Incompreensível

Uma noção clara, simples e evidente.

Concreta, pura e ilusória
que nem chega a atordoar a mente.

A real miragem da estória
perturba, fere e incomoda.

Desafia a minha razão
sem nenhuma cerimônia.

Afeta a minha compreensão
deseja ser a pura insônia
bela fonte de destruição.

Nesse jogo da incompreensão
eu posso desdizer
posso ser aculturação.

Nada que uma boa dose de irracionalidade não resolva!



sábado, 5 de março de 2011

Fundador do WikiLeaks recorre da extradição à Suécia por crime sexual

Do G1, com agências inernacionais

#O fundador do site de vazamento de documentos WikiLeaks, Julian Assange, apelou perante a Alta Corte de Londres da sentença emitida na semana passada por um juiz britânico, que decidiu extraditá-lo para a Suécia, onde enfrenta quatro acusações de agressão sexual, anunciou nesta quinta-feira (3) uma fonte judicial. Um funcionário da Corte confirmou que os advogados, que tinham até esta quinta-feira para recorrer da decisão, apresentaram os documentos necessários, mas indicou que ainda não foi definida uma data para examinar a apelação.

O juiz de primeira instância Howard Riddle autorizou em 24 de fevereiro a extradição do australiano de 39 anos para a Suécia, que emitiu uma ordem de captura contra ele depois que duas mulheres o denunciaram por violação e abuso sexual.

Assange, contra quem ainda não foram apresentadas as acusações formais, nega ter cometido os delitos sexuais, embora admita ter mantido relações consentidas com as duas mulheres durante uma estadia em Estocolmo em agosto passado. O ex-hacker afirma que as acusações têm fundamento político, derivado da divulgação de milhares de documentos oficiais da diplomacia americana e sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão pelo site WikiLeaks.

A Suécia quer interrogá-lo no âmbito de acusações de que ele teria violentado e agredido sexualmente duas mulheres, embora não tenha sido formalmente acusado. Advogados de Assange argumentavam que ele não obteria um julgamento justo na Suécia.

No entanto, o australiano de 39 anos nega as acusações, embora admita ter mantido relações sexuais com as duas mulheres. Segundo ele, o caso é motivado politicamente pelo vazamento de milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana e documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Assange estava vivendo na mansão de um conhecido, sob um tipo de prisão domiciliar, desde que um tribunal lhe concedeu liberdade sob fiança em dezembro.

Em um resumo do caso divulgado na Internet, os advogados de Assange argumentaram que o mandado de prisão foi emitido para puni-lo por suas opiniões políticas, e enviá-lo à Suécia seria um passo para que ele seja transferido aos Estados Unidos.