sábado, 5 de novembro de 2011

Bastidores do pensamento contemporâneo



De uma forma ou de outra, uma série de processos históricos ajudou a formar a mentalidade contemporânea (que a relatividade tratou de desordenar). Uma herança filosófica que se transformou em conceitos, ideias e correntes de pensamento.
Podemos citar alguns elementos importantes: o movimento renascentista, o modernismo, o discurso científico e o próprio marxismo. Seguem, abaixo, algumas noções relevantes.

- O Movimento Renascentista ou apenas Renascimento foi o nome dado ao Renascimento Cultural que aconteceu durante os séculos XIV, XV e XVI na Europa, e que procurava resgatar a cultura esquecida durante os tempos medievais. 

As principais características do Renascimento foram o Racionalismo, Experimentalismo, Individualismo e Antropocentrismo. Uma grande característica do Renascimento foi o Humanismo que valorizava o homem, que a partir daí começou a ser tratado como ser racional e posto assim no centro do Universo. O Renascimento também foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, física, medicina, matemática e geografia. 

O Renascimento nasceu na Itália, mais especificamente nas cidades que enriqueceram com o comércio no Mediterrâneo. Porém com a expansão marítima a idéia Renascentista foi divulgada por diversas partes do mundo como na Inglaterra, Alemanha e os Países Baixos. 

O Renascimento foi muito importante também, porque foi a principal influencia dos pensadores Iluministas do século XVII.


- A Filosofia Moderna corresponde ao pensamento desenvolvido da metade do século XV ao final do século XVIII. O que chamamos de mentalidade moderna advém das transformações culturais, sociais, religiosas e econômicas que ocorreram na Europa deste período.
Os historiadores da filosofia designam como filosofia moderna aquele saber que se desenvolve na Europa durante o século XVII tendo como referências principais o cartesianismo — isto é, a filosofia de René Descartes —, a ciência da Natureza galilaica — isto é, a mecânica de Galileu Galilei —, a nova idéia do conhecimento como síntese entre observação, experimentação e razão teórica baconiana — isto é, a filosofia de Francis Bacon — e as elaborações acerca da origem e das formas da soberania política a partir das idéias de direito natural e direito civil hobbesianas — isto é, do filósofo Thomas Hobbes.

No entanto, a cronologia pode ser um critério ilusório, pois o filósofo Bacon publica seus Ensaios em 1597, enquanto o filósofo Leibniz, um dos expoentes da filosofia moderna, publica a Monadologia e os Princípios da Natureza e da Graça em 1714, de sorte que obras essenciais da modernidade surgem antes e depois do século XVII. Muitos historiadores preferem localizar a filosofia moderna no período designado como Século de Ferro, situado entre 1550 e 1660, tomando como referência as grandes transformações sociais, políticas e econômicas trazidas pela implantação do capitalismo, enquanto outros consideram decisivo o período entre 1618 e 1648, isto é, a Guerra dos Trinta Anos, que delineia a paisagem política e cultural da Europa moderna.


- O discurso científico se fundamenta no esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano e na busca pela compreensão da realidade. Refere-se tanto a:
  • Investigação racional ou estudo da natureza, direccionado à descoberta da verdade. Tal investigação é normalmente metódica, ou de acordo com o método científico – um processo de avaliar o conhecimento empírico;
  • O corpo organizado de conhecimentos adquiridos por estudos e pesquisas.
A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos ciência é algo bem distinto de cientista, podendo ser definida como o conjunto sistematizado de todas as teorias científicas (com destaque para os paradigmas válidos), do método científico e dos recursos necessários à produção das mesmas.
Decorre que um cientista é um elemento essencial à ciência, e como um ser humano dotado de um cérebro imaginativo, que possui sentimentos e emoções, o cientista certamente tem suas crenças - que vão além das verdades gerais, podendo este inclusive vir a ser um teísta ou religioso. É por tal de relevância ressaltar que a ciência exige expressamente que o cientista saiba manter suas crenças longe de seus artigos científicos e das teorias científicas com as quais esteja a trabalhar, constituindo-se estes dois elementos - ciência e cientista - por definições certamente distintas.
Enfatiza-se, para a correta compreensão, que a ciência não exclui os crentes, teístas e/ou religiosos do seu leque de cientistas, contudo a ciência, graças aos pré-requisitos do método científico,exclui, dela e de suas teorias científicas, as crenças daqueles, sendo a ciência - em definição stricto sensu - expressamente cética no que lhe cabe.

- O conceito de superestrutura de Marx está contido dentro da sua concepção filosófica do materialismo histórico. Escreveu Marx: "... Na produção social da sua existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade; essas relações de produção correspondem a um grau de desenvolvimento dado as suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social... Num certo estado de seu desenvolvimento, as forças produtivas da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou com o que não é mais do que sua expressão jurídica, as relações de propriedade, no interior das quais se tinahm movido até então. De formas evolutivas que eram, estas relações tornam-se entraves dessas forças. Então abre-se uma era de revolução social..."

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