quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Quem foi Malcolm-X?


Foi um dos mais importantes militantes americanos na luta contra o racismo nas décadas de 50 e 60. Nascido na cidade de Omaha, em 1925, o pequeno Malcolm Little teve uma infância trágica: perdeu o pai assassinado e viu sua casa ser incendiada pelo grupo racista branco Ku Klux Klan. Na adolescência, passou por várias casas de custódia e foi parar na cadeia. Em 1946, enquanto cumpria pena por roubo, converteu-se ao islamismo e aderiu à Nação do Islã, uma seita defensora do conceito de superioridade negra. Seguindo um dos preceitos da entidade, que negava os sobrenomes adotados pela população negra americana e os denunciava como resquícios da escravidão, o militante assumiu o nome de Malcolm-X. Começava aí sua ação política: praticando rigorosos padrões religiosos, ele iniciou uma série de viagens pelos Estados Unidos, fundando mesquitas e fazendo palestras. Sua estratégia radical se opunha ao movimento pelos direitos civis dos negros, liderado por militantes moderados, como o pastor batista Martin Luther King.

Na verdade, Malcolm recusava a igualdade racial e a integração à sociedade branca, defendendo o separatismo dos negros e afirmando que a violência era um recurso aceitável para a autoproteção. Suas idéias e seu talento de orador reuniram um grande número de seguidores para a Nação do Islã. Entretanto, em março de 1964, Malcolm desentendeu-se com outros líderes da seita e abandonou o grupo. Pouco depois, formou seu próprio movimento religioso e embarcou para uma peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita. O retorno aos Estados Unidos marcou uma virada ideológica: após a viagem, o militante anunciou idéias mais brandas quanto ao separatismo negro, admitindo a possibilidade de convivência com a sociedade branca. As novas posições acirraram a tensão com antigos seguidores e, em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm-X acabou assassinado por integrantes do próprio movimento negro, durante um comício em Nova York.

Anos de luta: Nas décadas de 50 e 60 ganharam fama vários líderes e movimentos de defesa dos negros nos Estados Unidos

MARTIN LUTHER KING

Destacando-se como principal líder do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos a partir de meados dos anos 50, esse pastor batista defendia a não-violência e o fim da segregação racial contra os negros americanos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964, mas foi assassinado quatro anos depois

PANTERAS NEGRAS

Formado em 1966 com o nome de Partido Pantera Negra para Autodefesa, esse grupo californiano tinha como objetivo original proteger moradores dos guetos negros contra a brutalidade policial. Entretanto, logo suas atividades descambaram para a violência. Perseguida pela Justiça, a organização foi fechada no início da década de 80

NAÇÃO DO ISLÃ

A organização religiosa que teve Malcolm-X como um de seus líderes surgiu na década de 10, mas ganharia importância a partir dos anos 50. Com uma interpretação peculiar do islamismo, a seita tinha como fundamento principal a defesa da supremacia negra. Divergências internas racharam o grupo, mas algumas facções existem até hoje

BLACK POWER

O movimento Black Power, que significa literalmente "Poder Negro", surgiu nos anos 60, como uma forma de renascimento cultural da comunidade negra dos EUA, a exemplo do que tinha acontecido nos anos 20 com a "Harlem Renaissance". Considerado por muitos autores como o "movimento da consciência negra" ou das "artes negras", o Black Power estimulou a criação de instituições culturais e educacionais independentes para a comunidade negra que duraram até aos anos 70. A atenção dos meios de comunicação internacional relativamente a este movimento verificou-se no verão de 1966, quando o termo foi utilizado num discurso pelo presidente do Comité de Coordenação dos Estudantes, Stockely Carmichael, na defesa dos direitos civis da comunidade negra no Mississipi. A expressão Black Power passou então a ser utilizada por outros ativistas e organizações defensoras dos direitos civis dos negros, tendo-se escrito vários livros e artigos sobre o assunto. 

No livro Black Power: The Politics of Liberation in America (Vintage, 1966), da autoria de Stockely Carmichael e Charles V. Hamilton, foi feita uma primeira tentativa de definir este conceito que defendia a criação de grupos organizados como forma de o povo negro exercer as suas reivindicações de direitos civis. Este termo foi rejeitado por alguns membros da comunidade negra por haver nele uma inerente divisão étnica, mas foi aceite pela maior parte das organizações e ativistas negros e também por brancos, como, implicitamente, foi o caso do presidente Richard Nixon ao defender um capitalismo negro como resposta aos problemas económicos da comunidade negra dos EUA.

Fonte

mundoestranho.abril.com.br/

infopedia.pt/$black-power

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